28 outubro 2009

Ridículo lado sentimental

Para começar... falemos sobre amor. Aí vai uma poesia recente bem sentimentalista, mas eu gosto dela, revelou um pouco de minha revolta momentânea. Olha só: meu ridículo lado sentimental.


Esse tal de amor


Amo, mas quem amo?
Quem, não sei, só sei que amo.
Mas não sei o que amor, juro que não.
será esse ardor, essa dor
será o amor?


O amor que me cobraram um dia
nunca senti
De ser amada só senti a euforia
Mas não cobrei e não fugi


Amor cobrado é sufoco, é tristeza
Alguém o liberta desse claustro?
Ninguém o ensinou a negar
Ele não sabe o que fará hoje a noite


Acho que vai correr impulsivamente
pelas vielas estreitas da solidão
Sairá do cativeiro
Sairá da escuridão


Mas ela dança e dança
Sua cintilante saia vermelha
suas madeixas esvoaçantes
agitam avassaladoramente
furtando sorrisos amarelos


As mãos calejadas se desfazem das cargas
e cedem aplausos incansáveis no rítimo sugestivo da música
Mãos sedentas por moldar suas curvas perigosas
Curvas sem amor
mãos sem amor
Ela, sem amor
Vazio


Seu riso é abafado pelas lágrimas
Óbvias. Vêm a tristeza por tê-lo feito sofrer
A certeza
de nunca ter sido amada
Ela quase não tinha culpa


A morte da esperança
é a pior morte
Ela matou um homem
Ela morreu de desgosto


Aqui continuo sem saber
o que é esse tal de amor
não quero sofrer
Mas sei que quando amar
amarei muito bem amado

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