27 novembro 2010

Ainda hei

Até que ponto pode-se enganar o tempo? Até quando ele permite ser enganado? 
Que espécie de ser humano seria eu? Como classificaria alguém que não cumpre promessa alguma, que mente, que se contradiz a todo momento? O que mereceria? Tanta dúvida, tanta culpa, me deixou confusa e inconsciente. Acordei num hospital. Ainda hei de me espantar, a cada dia, com o que fiz. A cada amanhecer que poderia estar sendo tão diferente. Ainda hei de conhecer o limite da dor, que tem se afastado tanto dos meus ideais. Não há nada tão antagônico à felicidade quanto a culpa. Não há algo que me torture mais. Perecia estar tudo tão certo e perfeito, no entanto, de repente, destruí. Deixei de pensar por um instante e alterei toda uma eternidade. Reafirmei meu hábito de errar. Aumentei minha culpa. Tornei demasiadamente complexa uma ordem cronológica que costuma ser simples. Agora me dizem que devo envergonhar-me. Isso faz parte da recuperação, doutor?

2 comentários:

  1. http://www.redejovem.com/2010/05/19/o-que-voce-fez-no-verao-passado/

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  2. Que texto animal! Sua escrita poética é fantástica! Tbm tenho dois blog's, um de textos e outro de poesia! Passa la :* | http://bulhufasduflavio.blogspot.com/ | http://odepositodaalma.blogspot.com/ |

    Add msn se quiser: flavilimas@hotmail.com

    Parabens pelo texto, mto bom!

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