04 novembro 2009

Outra carta de Luiza

  Viro, reviro ao avesso, contexto. Não me encaixo nem acho roupa que caiba em mim. Por quê?
  Futuro te espero. Ora me desespero, ora acalmo-me, mas não deixo de te esperar como te quero.
  Não quero ninguém aqui, seria difícil alguém acompanhar as rachuras e fragmentações de minha alma. não tenho casa, não tenho nada. Quero muito, talvez demais.
  Atos ocultos, cobranças inexoráveis. Tudo a minha volta está escuro e frio, como numa erma cidadela, nevada, cinzenta. Por vezes, minha visão turva impede-me de ver o sentido das sangrentas batalhas diárias. Não conheço minha força, mas conheço minha vontade. Vivo no patriotismo do meu próprio país, este que criei dentro de mim.
  É cabível afirmar o que já foi dito: "Melhor só do que mal acompanhado". Concordo.
  Amo minha vida, mas detesto a forma como tenho vivido. Creio em mim, sou meu deus. O narcisismo é meu melhor amigo. E que se exploda o mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário