Luiza não aguenta assistir ao mesmo filme todos os dias. O que antes não importava agora a tortura sem tréguas, seu suplícios pela fuga de nada adiantam. Ela sabe que tudo seria diferente se estivesse fora dali, se estivesse bem longe. Não é agradável viver em uma cidade pequena quando se pensa grande, nisso eu devo concordar com ela. Seus sonhos vão mais alto que seus pés podem chegar, não por serem mirabolântes, mas por seu passado a impedir de sentir-se livre. Ela errou muito, muitas pessoas a feriram, muitos lugares foram marcados por seus pecados. E é isso que tanto a sufoca, é ser obrigada a ver as mesmas pessoas todos os dias, passar pelos mesmos lugares e inevitávelmente sentir-se suja por tanto lembrar do que foi feito.
Ela quer muito não se importar, parar de ser destruída pelo silêncio turbulento de suas lembranças. Mas não há como esquecer, é impossível não se sentir reprimida dessa forma. Agora suas lágrimas cessaram, ela está perfeitamente acostumada a lidar com a solidão e a saudade das raríssimas pessoas que a fizeram sentir-se próxima do que dizem ser amor. Acho que ela ama sem saber, ela diz não saber amar. Agora lhe restou a companhia fiel de seus livros e cálculos, assim ela tem a garantia de um dia sair muito bem dali.
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ResponderExcluirAssistindo o mesmo filme todos os dias nós podemos perceber o que há de errado com ele; porque para estar se repetindo há de haver. Não importa os anos, os dias, as horas, tudo isso uma hora muda, o mundo gira e as coisas não ficam no mesmo lugar para sempre. A coisa mais difícil a ser feita é esquecer e deixar ser, o passado não está mais aqui - por isso passado. Tivemos motivos (mesmo que errados) para fazer as coisas que fizemos. Se hoje vê que tudo isso não foi certo, isso só mostra que aprendeu, e amadureceu. Luiza cresceu com seus erros, e isso a impede de cometê-los de novo. Esquecer não é impossível, e renovar é preciso. Se não esquece não consegue renovar, se não renova, se não começa de novo, desgasta. E convenhamos, o que está desgastado cansa! Luiza não está sozinha, e ela nunca vai estar - pelo menos enquanto eu viver.
ResponderExcluirlembra-me muito a deuslandia cidade que eu cresci, nao so fisicamente como moralmente, ate pqe deuslandia é exemplo de massacre social. maluzinha mora la. pobre.
ResponderExcluira Mallu magalhães? D:
ResponderExcluirÉ cidades pequenas são infernos concentrados, tipo tang sabe? só que só colocam uns 100ml de água, daí fica ruim, amarguiííssimo, sabecomoé? Sim, eu parei.