02 outubro 2016


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Você foi o sol dos meus dias ensolarados. Foi um sol que tomei no primeiro dia de praia, que sedenta por conhece-la, não tomei qualquer precaução. Você foi o sol que me queimou. E hoje vivo em dias nublados, com aquela sensação que se tem em outonos chuvosos, a sensação de que talvez amanhã faça um dia ensolarado. Mas depois que você se queima uma vez, não se expõe ao calor iluminado do sol da mesma forma, você se esconde dele. Você brinca de se esconder, você procura pela sombra e pelo sol na mesma frequência. Chega um momento em um outono chuvoso, mesmo no meio da correnteza feroz do cotidiano, que você deseja em um lampejo, em um rápido segundo em meio à um trânsito massacrante, que faça um dia de sol. E com este desejo tão simplista e intrínseco, você se ilude com qualquer raio de sol em meio à inúmeras nuvens frias. Aquele raio de sol, de repente iluminando tudo de um jeito tão diferente, trazendo uma realidade nítida e quente, parece que vai durar um dia inteiro. Em meio à um dia nublado, são como refrigério para uma alma cansada. Esses raios de sol em dias nublados se multiplicam, iludem pobres almas trêmulas de frio. Mas duram pouco. Não deixam saudade, pois o que deixa saudade mesmo são dias de sol. O que deixa saudade são as descobertas feitas no primeiro dia de praia, no primeiro dia de sol e praia de um dia de verão. A vida depois disso se torna um eterno outono inverno nublado e chuvoso. Um eterno conta gotas de raios de sol. Se por um acaso o verão chega com seus dias de sol ardente, você brinca de se queimar e logo procura a primeira sombra pra se esconder. 

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